
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Beber, demonstrou preocupação com o atraso no plantio da safra de soja e milho no estado, causado pela irregularidade das chuvas. Segundo Beber, apesar da previsão de chuvas nos próximos dias, o plantio da soja está atrasado em relação aos anos anteriores, o que pode impactar negativamente a produtividade das lavouras, especialmente a de milho.
“Historicamente, neste período, o estado já teria cerca de 35% da área plantada. No entanto, na última sexta-feira (11), apenas 9% das áreas estavam semeadas”, informou Beber.
Beber ressaltou que alguns produtores já consideram reduzir a área destinada ao milho devido ao atraso no plantio da soja, o que impossibilita a semeadura do milho dentro do período ideal. “O cenário desta safra está pior do que nas últimas duas safras, mesmo que as chuvas regulares comecem agora. O atraso nas últimas semanas foi maior que a média dos últimos cinco anos”, acrescentou.
Sobre as áreas mais afetadas, o presidente da Aprosoja disse que o atraso no plantio ocorre em praticamente todas as regiões do estado, incluindo o norte, que historicamente recebe mais chuvas no início do período. “Até a semana ada, locais como São José do Rio Claro e Ipiranga do Norte ainda não haviam iniciado o plantio”, exemplificou.
Beber também comentou a possibilidade de aumento nos preços dos derivados do milho. Segundo ele, estimativas dos Estados Unidos indicam que os estoques mundiais de milho estão em seus níveis mais baixos dos últimos cinco anos, o que pode beneficiar o Brasil em termos de preços. “Mesmo com o atraso no plantio, a demanda por milho continua crescendo, o que pode resultar em preços melhores para o produtor.”